Opinião do Livro: "Entre as teias da aranha"

terça-feira, 29 de janeiro de 2013
O livro "Entre as teias da aranha" é um daqueles livros que você começa a se questionar sobre muitas coisas. Poderia dizer que é um livro dos muitos porquês da nossa vida, do ser humano.

O livro te leva ao passado que muitos querem esquecer e que para outros é algo que deve ser lembrado para nunca mais se repetir. O livro não se passa na Segunda Guerra Mundial, mas remete você a esse passado sombrio e doloroso para a história do mundo. 

A ação do livro acontece em 1967 em São Paulo e também em Israel. São duas histórias que vão correndo em paralelo até se entrelaçarem em uma trama que mistura ficção, suspense, fatos históricos e questões que infelizmente ainda temos muito até hoje muito presentes no nosso dia a dia: a intolerância, o ódio, o preconceito contra pessoas e a religião judaica.

Um advogado brasileiro, Jairo Silberman, se vê envolvido numa trama após no funeral de um amigo descobrir que seu amigo tinha um passado que ele desconhecia e que o leva a investigar o fato. Ao mesmo tempo, em Israel, acontece a história de Yitschac Osterlits, um sobrevivente do Holocausto que vive todos os seus dias o pesadelo e pela lembrança de sua família ter sido assassinada na sua frente pelos nazistas. E são essas histórias que vão pelas mãos do autor Chaim Eliav te levar ao inesperado, ao insólito, e fazer você crer que o mundo além de dar muitas voltas pode ser pequeno demais. 

O livro tem um bom ritmo e faz a leitura fluir. Pode até ser que em um momento e outro você até dê uma relaxada, mas quando você menos espera vem o susto e a leitura obrigatoriamente se acelera até o fim. 

Originalmente este romance foi lançado como uma novela em um jornal israelense e transformado em livro. É um livro que todos deveriam ler sem medo de talvez se sentirem intimidados com alguma questão. Mas muito pelo contrário, é um livro que esclarece e faz você querer pensar que ainda temos muito o que aprender e de preferência sem mais sofrimento humano.


ENTRE AS TEIAS DA ARANHA - CHAIM ELIAV -  EDITORA MAAYNOT - 555 páginas

Opinião do Livro: "O Beco do Pânico"

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Recebi o livro "O beco do pânico" sem aviso prévio. Simplesmente chegou aqui em casa. Olhei para o livro e pensei: "Em algum momento eu vou ler".

Dias depois, aquele livro fininho - são apenas 111 páginas - e de capa amarela, me chamava da prateleria. E num dia sol e de praia, reslovi levá-lo comigo, apesar de já estar na companhia de outro livro. 

Logo após o prefácio, vem: "Caíque, de seis anos, entra correndo em casa, joga a mochila no sofá, e ansioso: - Mãe, mãe!...[...] - Eu acho que estou apaixonado, mãe... [...] - E como é o nome dela?. - É o Ricardo, mãe. Nosso filho é gay!!? E no silêncio total que se fez na cena você começa a ler e não para mais. 

O livro é SENASACIONAL. Um livro incrível. Diria até supreendente. Gostoso de ler. E que nos leva a uma história que se passa aqui no Brasil e em Portugal (onde o livro fez muito sucesso) onde o próprio autor morou. 

O texto tem um rítmo bom e os diálogos mostram a experiência do autor com o teatro. O livro passa pela questão da (bi)ssexualidade de forma leve e com muito bom humor. 

O autor nos leva a crescer junto com Caíque que é um adolescente comum que tem as mesmas questões, passam pelas mesmas transformações, que vão se descobrindo conforme vão crescendo. Curte os amigos, tem a questão das meninas mais cobiçadas do colégio e aquela velha coisa, uma mãe chata que pergunta demais da conta. . O tempo passa, ele cresce e se depara com um dilêma: uma paixão avassaladora e inconfessável. Vem o medo. A dúvida: Quem pode me ajudar? Filho de pais que não lidam muito bem com a questão dos limites e neto de um avó autoritário, Caíque, se vê numa espécie de encruzilhada tento que enfrentar suas questões, suas dúvidas. 

Um livro de discussão, descobertas, superação e surpresas. 

Simplesmente imperdível. 


O BECO DO PÂNICO - CLOVIS LEVI -  GLOBO LIVROS - 111 páginas

Opinião do livro: "Post Mortem"

domingo, 27 de janeiro de 2013
Sou fã de livros policiais, de thrillers. A capa já me chamou a atenção. E apesar de já ter alguns outros livros da Patrícia Cornwell, resolvi começar por esse, que é o que inaugura a série Scarpetta. Tenho até outros dessa série, "Scarpetta" que é o 16º, e "Contágio Criminoso" que é o 8º e que até comprei antes desse em questão.

Confesso que não me apaixonei pela Dra. Kay. Pelo menos nesse livro não houve aquela química que eu até torcia para que acontecesse como já aconteceu com vários outros personagens e autores. 

A história é interessante. São mulheres que são assassinadas, uma investigação sendo sabotada, poucas pistas que não levam a lugar nenhum e em comum uma substância química que produz um brilho. Nada mais que isso. 

A dra. Kay Scarpetta, a protagonista, é a médica-legista em Richmond e que junto com o sargento Pete Marino que também não criou a química, começam a investigar o caso. 

O livro que eu pensei que fosse devorar, foi lido um pouco além do tempo. Não senti muito aquela necessidade de continuar a virar a página com tanta avidez. Ia lendo descompromissadamente. Consegui até dar uma parada nele, comecei outro livro que acabei em um dia e retomei a leitura do "Post Mortem" sem nenhum arrependimento por ter parado. Talvez até tenha me feito bem. Náo vou mentir, em alguns momentos dava aquela acelerada, mas em outras a calmaria voltava. Senti a falta de alguma coisa que não saberia ainda definir. Talvez capítulos mais curtos, mais ágeis. Alguma coisa na dupla Scarpetta-Marino não funcionou muito bem comigo.

Não quero dizer como isso que vou desistir deles. Como já disse tenho outros dois que comprei também no escuro. E como muitos autores e personagens vão melhorando e crescendo, quem sabe como esses dois, o 8º e o 16º eu não mude um pouco de opinião com relação a essa dupla? O tempo me dirá. Ou melhor, os livros me dirão.


POST MORTEM - PATRICIA CORNWELL -  EDITORA PARALELA - 299 páginas